Os
ventos espalham a poeira e separam os grãos. Só o vento tem desejo. As
viagens vão se sucedendo e os grãos se embolam entre tantos, sem que
seus quereres sejam relevados. A vontade é seguir junto àquele pedaço,
cujo desprendimento da pedra original foi feito ao mesmo tempo. É ser
pedra unindo-se aos muitos outros que se desprenderam no impacto. Mas o
vento empurra, corrói, lima, dá nova tez ao grão. Outro universo, outros
arredores. O grão se vê. Identidade. O grão é rocha. Ego. O grão é
montanha.
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