quarta-feira, 11 de abril de 2012

CORES DO BREU


Eu queria ser feliz, mas não abri a porta. Olhei de longe para mim, sem entender quem estava lá. E fui com os mesmos passos que me levam aos gritos, lendo os mesmos textos que me fizeram errar para aqueles que miram os erros. Não entendi os erros e permaneci nos acertos que me guiavam, fechado em mim, longe de mim.

Eu queria sorrir sincero longe de mim, como se os eus não se alimentassem de encantos. Quando as esquinas mostraram novas idas, deixei sonhos no percurso. E a minha timidez impediu que as flores fossem belas, que as noites fossem musas e que o sol fosse luz. Em mim, o mundo não me convence. No outro, o mundo é um parque.

Meu mundo me procura. O mundo me aceita. O sol, a noite, as flores tentam me acarinhar. Eu estou ali em qualquer lugar.

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terça-feira, 10 de abril de 2012

MÁQUINA VIVA



A insônia é a razão da agonia. As noites oscilam entre o belo e o inferno. As estrelas e os mistérios estão após as portas, por onde só entram as imaginações algozes. O corpo enfraquece e se deixa seduzir pelas dores. O ser, envaidecido por viver e apunhalado por sentir, espera a alvorada.

O trabalho é o descanso da insônia. As mais perversas sombras são vencidas nas lidas diárias. Estou entre ser máquina e ser humano. Humano para sentir, para fazer valer as naturezas, imaginar mundos, ver-se no outro em encantos e desencantos. E a máquina faz funcionar, ser útil aos processos produtivos da sociedade.

Parece até que o humano faz sofrer e a máquina faz viver. Mas a máquina depende desse humano sempre, e o humano deseja a máquina vez ou outra. A insônia é que não cessa e torna a máquina forte.
 
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