terça-feira, 14 de maio de 2013

OCASO




Peço licença às trevas, vou desferir meu sorriso, o mais intenso, o mais contagiante, o mais. 

Às vezes toda gente baixa a cabeça para uma rotina que não acaricia. Eu sou toda gente e calo. Mas há o momento de me atrever. Tenho vontades, sonhos, e meu atrevimento aviva, mesmo que seja apenas por um momento.

Meu sorriso é um milênio. Quando a dor insiste em ser minha, não há espaço, nem tempo em mim, ainda que lá fora haja trevas.

.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

ESTRADA




Seu perfume dura mais que uma semana. Sei onde o encontro e vou. Eu anoiteço sua brisa, seu orvalho. Estremeço os horizontes insensatos. Ainda ando por aí, longe de mim, em novas portas, rotas e linhas tortas. Acendo luz de candeeiro e vejo nossas estrelas, sem precisar olhar pro céu. É passado e presente, no instante em que me reencontro em você. E vou com seu corpo. E fico com seu perfume. Sem pesares. O desejo acorda. O amor nos aproxima distantes. Instantes. Restantes.
.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

SOB POEMAS





Durante a madrugada, as estrelas escrevem os melhores poemas. São linhas confusas, mas meu olhar de louco decifra sobriamente os versos puros. Eu lírico andando sob pautas luminosas. Pueril. Anseio pelo mundo que crio. Desgoverno minha coragem em mim. Sou todo vontade. Lua e estrela desenham sorrisos, olham para mim, escrevem. Ergo meu olhar. O que há em mim é sol, quando entendo os desígnios desses verbos. Sou todo lirismo.

.

domingo, 17 de março de 2013

A FELICIDADE E A TRANQUILIDADE





Os encontros e desencontros me colocam entre a felicidade e a tranquilidade. Não é a culpa que me segue. Não tenho egoísmo em mim. Não sei conviver com a mentira. Minha estrada é livre, com horizontes visíveis. Vivo no ponto de partida e quero chegar ileso no final. Corro por escadas, atravesso tempestades, vou e venho nos ermos que me afrontam, sem temer os medos. Acredito no destino que eu escolher. Descanso na rotina que me acolher.

.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SENHOR DE MIM




O tempo não entendeu quando eu pedi piedade. Seguiu o compasso, enquanto o escuro me rodeava, e as rugas me marcavam, e os músculos me abandonavam. Eu só queria vê-lo, senti-lo. O tempo não tem duas caras, não dissimula, julga o mundo sem medir. É impiedosamente justo e sincero. Não foge de sua identidade. Enquanto eu tentava me encontrar, o tempo seguia... senhor de si... senhor de mim.

.